segunda-feira, março 30, 2009

Minudências

As pessoas são barulhentas, quezilentas, espalhafatosas, tão profundas quanto o seu vociferar.
Nós somos assim.

Permanecendo no vazio de raramente conseguir sentir-me Joan La Barbara perguntando a John Cage "With all the chaos in the world, why do you make more?" e tendo que encaixar deste "Perhaps when you go back out into the world it won´t seem so chaotic."

Ou então ando mesmo a beber demasiada distracção.

Etiquetas:

domingo, março 22, 2009

De uma privacidade

Há locais a partir dos quais eu vejo o mundo simples, nu e grato.
Chamo-lhes "Aleph"
ou o teu nome.
Conforme.

Etiquetas:

sábado, março 21, 2009

Jovem!

Correndo o risco de nos simplificar para lá do limite do que nos caracteriza sempre te terei que sacudir com isto.
Não, não é nada muito complicado e apenas se revestirá de algum interesse caso por alguma vez tenhas travado os teus mecanismos de raciocínio do dia-a-dia e inserido nas engrenagens a palavra "universidade".
Já?
Óptimo!...Assim sendo, e uma vez que já tentaste conferir alguns atributos a essa entidade - a "universidade" - estaremos prontos a prosseguir. Para já, e se não te incomodares por aí além propor-te-ia que nos fossemos abancar um pouco mais para diante, junto daquela árvore.
Pois bem, aquele edifício que ali vez alberga uma Universidade, pouco importando qual seja.
Ai sim? Ai o teu Pai fez isso. Pois esquece...
Imagina que tal não passou de um boato que a tua torrada matinal pôs a circular por despeito ao nestum...porque foi isso que sucedeu. Mas, já agora, fazes ideia de porque o teu Pai fez isso?
Dinheiro e bem estar? Talvez tenha sido isso que o teu Avô lhe disse, sim, mas ele chegou a dar-te uma razão própria?...Para além de cona e circo, claro!
Ah AhAh Ah!....o bem dos povos...só me faltava tu quereres que eu mordesse essa....
Não fazes mesmo a mínima ideia do que se passa ali, pois não?
Como te disse, simplificarei:
Ali - e mesmo os seus crónicos desconhecem - apenas é legítimo pretender revelar-te que informação há muita, e teorias para dela tratar também.
É tão só isto, sim.
Imaginas portanto, o quanto me não ri enquanto preferi aqueles corredores a este jardim!

Etiquetas:

quarta-feira, março 18, 2009

Press "?" to answer

Quem reina aqui?

É a ordem quem comanda?

E a desordem, fica-se?

Se é esta quem põe e dispõe porque existem padrões?

São só ciclos que me ultrapassam vezes vezes e vezes?

Ou a desordem é ordem ou nada disso afinal?

Porquê a ilusão de uma se é a outra?

Se, então, que é suposto que faça?
E o que deva?

E isto lá é hora para estas coisas?

Porquê? Era suposto já estar afirmado e emoldurado numa parede pensante?

Etiquetas:

terça-feira, março 10, 2009

Antena Atenta FM

- Senhor! Senhor!
Umas palavrinhas para a Antena Atenta! Por favor....
Diga-nos.
Qual o momento mais ridículo da sua vida?

- Olhe, assim de repente só me ocorre responder-lhe que foi aquele período da minha vidinha em que a quis viver sem que a Agustina Bessa Luís pudesse dar por ela, por ela e por mim! eheheheh...Ó faz favor/com licença/ obrigado.

- E foi a reportagem possível à entrada do autocarro "738 - Santo Amaro por Santa Maria", devolvo então a emissão ao estúdio e até breve caros ouvintes.

Etiquetas:

segunda-feira, março 02, 2009

reflecçõeseõçcelfer

Não.
Não senhor. Tu não queres que te explique o complexo mecanismo de um espelho.
Desde logo porque ele pouco mais precisa, para o ser, que ser liso.
Complexo, complexo é lidar com saias que esvoaçam bem acima do teu nariz, com rugas de que não deste pela chegada, dores que já não passam, belezas que brotam onde as esperavas ontem, o genial que te ultrapassa apenas montando uma bicicleta...
Levantas um dedo e ele também. Fintas de anca e ele em cima, sem largar. Sorris de 25 maneiras diferentes e ele adivinha-os a todos chegando lá precisamente ao mesmo tempo que tu.
E ele de tão simples inspira-te a complexidade de como tu te vês?!
Pois sim, bem que este ângulo não te favorece, mas julgas-te então uma singular deformidade da espécie?
Mas o espelho não é complexo. Pode ser convexo...mas complexo, não. Este pelo menos não o é.
Trata-se de um mero transitário da tua imagem, não o agridas, poisa esse cinzeiro imediatamente!... não o queiras complexo só para que lhe possas virar as costas com a esperança de um dia conseguires desmontar essa vasta e arguta maquinação que alguém montou enquanto dormias com o único propósito de te encardir os dias, a ti, logo a ti, pessoa tão sensível e impecável por dentro, nesse lá no fundo bem no fundo que não há espelho que te a demonstre.
O espelho não tem cérebro, não tem infância, não tem ânsias, necessidade de reconforto... é mesmo bastante simples agora que o vejo de perto, não o vês tu também?
Agora, acreditares que tamanhas capacidades se debrucem sobre ti é já complexo quanto me baste para que me recuse a explicar-te a complexidade do mecanismo.
Diabo, não é geringonça nenhuma, te garanto! Não há homens pequeninos, animais bestiais ou duendes viscosos a sorrir à socapa aqui por detrás do espelho.

És apenas tu, aí defronte.

Etiquetas:

domingo, março 01, 2009

De uma privacidade partilhada

De olhos francos
sou uma petulância
que segue o teu curso.
Chego e parto embevecido
na tua tranquilidade vaporosa
Mondego amigo.

Etiquetas:

Fado das horas mortas

E vens escada torta acima
partida em cuidados mil
tudo o que fazes é em bolina
para em mim ser teu cantil
e vens escada torta acima

lutam medos e lutam males
todos dentro de meu peito
querem ser os mais vales
do mais valia estar quieto
lutam medos e lutam males

que eu por aqui me fico
vendo a tropa a divergir
o tempo a apodrecer
ilusão de me divertir
vendo tudo a desaparecer

Etiquetas:

.

Muitas vezes, tantas vezes,
é assim que acabam as histórias
que nem sequer deviam ter começado
a ser contadas.

Etiquetas: