quinta-feira, janeiro 03, 2008

Impressões cinza-côr-de-cidade

toc
toc toc

Olá, eu vivo dentro de uma redoma.
O que seria de meu agrado se cá dentro
existisse alguma coisa.
Isto é um vazio!

Só cá existo eu
e os eus que eu odeio,
os punhos pisados de
tanto malhar este vidro.

Quero agarrar um martelo
(aquele, ou aquele ou aquele)
Mas como o faço?
Como ter cabedais para ele?

Comida já não entra,
Pessoas também não
e eu que não saio.

As últimas bolhas de oxigénio
são aquelas.

Daí para diante feneço
neste silêncio plexiglássico!

Aqui não há respostas
para que eu as colha.
Apenas o meu reflexo que me acusa de a nada me resolver.

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