segunda-feira, maio 25, 2009

Bloqz de Nothaz

- Felizmundo Zatring. Você não nasceu com este nome pois não?
- Você quando andava para aí de calções a cheirar a rastejo imaginava que um dia estaria perante mim?
- Julgo que não.
- Então porquê que me pergunta aquilo que já sabe! Uma entrevista não é um concurso tal qual uma conversa não é um álbum de família...raios.
- Bom...continuando, o que o fez mudar de nome?
- A filha da mãe da trintonite...essa pega!
- Como?
- A trintonite homem! Quando me abeirei dos trinta apercebi-me que nunca mais chegaria ao âmago de mim pela bela e prosaica razão que já lá estava...Ninguém consegue chegar onde já está.
- E depois?
- Você é de uma abelhudice genérica...demasiado genérica...a isso responde-se com um "depois vieram as vacas e eu transformei-me em 4 bois!"
- Um por cada?
- ...Por cada pergunta idiota que você me fez até essa dada resposta. Mas como não quero que lá na redacção fiquem a pensar que você é uma aventesma que se glorifica em passear de táxi pela cidade por conta do jornal...
- Revista.
- A diferença reside apenas no papel... Vou lhe dar algo para trincar, e olhe que lhe dou de comer do meu próprio prato! "Aquele que por uma vez compreendeu o que é a recordação mantém-se por toda a eternidade prisioneiro de um só e o mesmo recordar.". Sinceramente, não consigo perceber o porquê de toda a eternidade. Essa sua cabecita tem alguma sugestão?
- Porventura o autor acreditava na vida para além da...
- Para além do quê?!! Apenas admito a vida para além de mim, nunca do tempo. A minha eternidade, tal como a sua, são liberdades de estilo...arrebatamentos de língua seca, se preferir.
-Mas o Felizmundo não está a desviar-se do primordial ao embestar dessa maneira na eternidade?
- Para mim a eternidade é ainda menos valiosa que a Alzirita dos olhos vazos, já não me empolga sequer as vísceras...não percebo como se pode usar essa categoria quando se fala do papel da recordação na vida de um homem...é essa a minha implicância, percebeu? Não, sem ver a Alzirita não compreende o que lhe acabei de dizer..ah! ah! ah! Há que a recordar antes e depois e lembrar perfeitamente o cheiro que traziamos para casa daquelas resfregas semi-públicas sem pinta de encanto, há que recordar o olhar tártaro do pistoleiro dela e recordar o cheiro do vítreo que me escorria num fio pelo braço abaixo ping ping no soalho daquela espelunca paga à hora.

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